Bastidores da Política

PT quer apoio do PSD para eleição em Anápolis

Rubens Otoni e Vanderlan Cardoso tratarão sobre o tema no mês que vem, em Brasília

O PT passou a sonhar com o apoio do PSD na eleição municipal de Anápolis neste ano, depois de uma aproximação entre as legendas em prol da candidatura da deputada federal petista Adriana Accorsi em Goiânia. A parlamentar admitiu conversas com o senador Vanderlan Cardoso, presidente do diretório regional pessedista, para formar uma ‘frente ampla’, o que também é desejo dos petistas anapolinos. 

Coordenador da pré-campanha do deputado estadual Antônio Gomide à Prefeitura, o deputado federal Rubens Otoni se empolga com a possibilidade de uma aliança ampla. Otoni vê na disposição de Vanderlan em votar pautas do governo Lula um sinal de que a negociação por uma coligação pode avançar. 

“O senador Vanderlan tem cumprido um papel importante no cenário federal, no diálogo com o governo federal. Temos todo o interesse de aprofundar esse diálogo e fazer essa aproximação, tanto em Anápolis quanto em Goiânia e outros municípios do estado. Isso também vale para outros partidos. Nosso propósito é dialogar com todos os partidos que estejam na base ou participação do governo, caso do PSD e várias outras legendas”, disse. 

“Em Anápolis temos o interesse e queremos essa aproximação buscando uma forma de trabalhar em conjunto e tê-los no nosso projeto coordenado pelo nosso pré-candidato Antônio Gomide”, completou o deputado. 

De acordo com Otoni, as conversas ainda são embrionárias, mas já há um encontro marcado para o mês de fevereiro, em Brasília, depois que forem retomados os trabalhos legislativos no Congresso Nacional. “Vamos avançar naquilo que for necessário e possível em Goiás”, frisou. 

No cenário atual, uma aliança entre PT e PSD parece improvável, uma vez que o vice-prefeito Márcio Cândido é um pessedista e também pré-candidato. Hoje, ele é o nome mais cotado a receber a unção do prefeito Roberto Naves (Republicanos) para a sucessão. 

Nos bastidores, porém, ainda cogita-se a filiação dele ao PL, o que poderia deixar o caminho livre para uma aliança PT-PSD. Todavia, os petistas precisariam vencer a resistência de outras lideranças locais, que inclusive incluíram a legenda, em 2023, no blocão ‘Direita Verdadeira’, ao lado de Novo, PRTB, PL e DC. 

Frente ampla 

Em Goiânia, Adriana Accorsi tem falado em construir uma ‘frente ampla’, termo também muito utilizado na campanha da eleição de Lula, em 2022. Em Anápolis, para superar uma rejeição latente ao partido, o PT também quer um nicho amplo de legendas em sua rede de apoio. 

De acordo com Rubens Otoni, há conversas estabelecidas com várias legendas. Ele não cita quais e explica que ainda não é possível prever a extensão da coligação de Gomide. 

“É cedo ainda, pois nem sabemos quais os candidatos estarão estabelecidos. A partir da definição dos candidatos dos outros partidos é que poderemos aferir realmente quem poderemos trazer para a coligação. Dialogamos com todos os partidos demonstrando nosso interesse, maturidade, respeito, consideração e vontade de trabalhar em união e em prol de Anápolis”, pondera o parlamentar. 

Em entrevista à Rádio Manchester na semana passada, Gomide afirmou que a definição do nome do candidato a vice será feita, no mais tardar, até o início de março. O prazo, para alguns, seria curto e poderia atrapalhar negociações com outras siglas. Otoni não vê problema na antecipação e destaca que a construção do grupo não é somente para as eleições, mas para uma eventual gestão. 

“A indicação do vice não depende só da gente. Precisamos dialogar com outras forças políticas. Depende do entendimento que será organizado. Mas não vejo problema de uma definição imediata. Presidente Lula fez isso no projeto nacional, definiu o vice e depois foi buscar apoiadores numa candidatura vitoriosa. A preocupação é construir um grupo que nos dê governabilidade. Nós queremos buscar o máximo possível de lideranças, independente de partido político, para estar conosco nesse grupo para fortalecer no processo eleitoral e numa possível gestão”, afirmou. 

Em 2020, na última eleição municipal em Anápolis, a coligação do PT teve apenas o PCdoB – hoje integrante da federação Brasil da Esperança – e o PMB. Neste ano, diz Otoni, o vice não será petista justamente pela grande gama de partidos interessados em compor. 

“Quando tivemos chapa pura, não foi porque o PT definiu assim. É porque não havia alianças que possibilitassem a formação da chapa. Hoje existem inúmeros partidos que estão nos procurando. Não tenho dúvida que teremos uma chapa ampla, com vários partidos na coligação, e o vice certamente não será do PT”, ressaltou.

Com DM Anápolis/Lucivan Machado/Acréscimo de Informações-Goiás Em Tempo

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo