Erros de Gleisi Hoffmann trazem desgastes ao Governo Lula e irrita cúpula de ministros
Com uma queda considerável em sua popularidade, o presidente Lula vem ajustando sua agenda, intensificando viagens pelo Brasil e anunciando programas de grande apelo popular. Além disso, convocou um especialista em publicidade para aprimorar sua imagem, conforme publicado na Revista Veja. Entre os fatores que contribuem para a desaprovação do presidente, destacam-se a inatividade em áreas chave, falta de coesão e muita desorganização, além de incontáveis conflitos políticos dentro de seu governo.
No entanto, um desafio em especial tem se mostrado um empecilho para os esforços de marketing do governo: as polêmicas declarações de Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Apesar das tentativas do Palácio do Planalto de distinguir as ações do governo das do partido, a linha entre ambos frequentemente se embraça. Iniciativas partidárias são muitas vezes vistas como posturas oficiais, aumentando as complicações para a imagem de Lula.
Durante uma visita à China, Gleisi liderou uma comitiva de 28 membros do PT e fez muitos elogios à “democracia” chinesa, sugerindo que o modelo autoritário do país pudesse ser exemplo para outros. “Muitas vezes, os países adotam sistemas que podem parecer ruins aos olhos de outros para se defender, para poder cuidar de seu povo, já que não encontram solidariedade”, declarou ela, ignorando por completo as restrições à liberdade de expressão e o regime de partido único que marca a nação asiática há setenta anos.
Além disso, Gleisi tem utilizado as redes sociais e o site do PT para defender aliados e criticar opositores, intensificando a polarização. Uma das figuras frequentemente atacadas é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Gleisi acusa Campos Neto de beneficiar-se de suas posições financeiras para tomar decisões que influenciam a economia brasileira: “Campos Neto tem um fundo exclusivo que é afetado por decisões do banco como a definição dos juros. O presidente do BC, que usa essas aplicações, burla o Imposto de Renda e lucra com a alta do dólar e da Selic, não pode decidir a política de juros do Brasil”, criticou.