Bastidores da Política

MP-GO tem 30 dias para decidir se investiga prefeito de Anápolis por suposta participação em grupo de portais de ataques virtuais

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) tem 30 dias para se manifestar a favor ou contra investigar o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), flagrado em possível envolvimento com um grupo que fazia ataques anônimos contra políticos, religiosos e empresários da cidade nas redes sociais. Como informou o Diário de Goiás na segunda-feira, os autos foram remetidos para a Procurador-Geral de Justiça, Cyro Terra Peres na semana passada pela desembargadora Rozana Camapum do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

A Assessoria do MP informou que os autos foram recebidos na sexta-feira (6), “havendo, conforme prazo regimental, 30 dias para conclusão”. Como chefe do MP-GO, Cyro Terra é o responsável por determinar o início de investigações contra prefeitos, devido à natureza do cargo e suas implicações. No entanto, o PGJ pode delegar essa competência a outros membros do MP.

Escolhido por voto, o cargo de prefeito tem foro privilegiado e, tanto o PGJ quanto o TJ-GO, devem se  manifestar sobre o andamento ou não da investigação contra Corrêa.

O processo começou com uma investigação conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) de Anápolis, unidade da Polícia Civil, que flagrou fortes indícios da participação do prefeito na atuação de um grupo anônimo de ataques virtuais, desvendada na Operação Máscara Digital.https://diariodegoias.com.br/mp-go-tem-30-dias-para-decidir-se-investiga-prefeito-de-anapolis-por-suposta-participacao-em-grupo-de-ataques-virtuais/492956/

Conforme o GEIC, o grupo é suspeito dos crimes de difamação (art. 139, CP), injúria (art. 140, CP), perseguição – stalking (art. 147-A, CP), falsa identidade (art. 307, CP) e associação criminosa.

Por enquanto, a Polícia Civil divulgou um trecho aparentemente comprometedor para o prefeito. No grupo de WhatsApp dos investigados os policiais identificaram “mensagens” atribuídas a Corrêa com os seguintes dizeres: “bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, o que segundo a investigação “sugere possível instigação ou direcionamento de conteúdo publicado nos perfis investigados”.

As postagens que o grupo fazia ofendiam políticos, empresários, religiosos e influenciadores da cidade. Além da conversa que é atribuída ao prefeito, a Polícia identificou a participação no grupo do então diretor de Comunicação da Câmara Municipal, Denílson Boaventura, do então secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis, Luís Gustavo Souza Rocha – ambos exonerados logo após o escândalo –, além da jornalista e ex-candidata a vereadora, Ellysama Aires Lopes Almeida. Os três chegaram a ser presos no dia 16 e soltos no mesmo dia. Procurados, eles não se manifestaram

O prefeito também tem sido procurado para dar sua versão. Nesta terça, os sete números de telefone que constam no portal da Prefeitura estavam indisponíveis. A assessoria de Imprensa não retornou ao contato feito pelo PP. Foi enviada ainda uma mensagem para um número de telefone que seria do prefeito, abrindo o espaço. A mensagem foi recebida, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

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